Mentora
BIOGRAFIA IRACEMA SOARES DA ROSA.
Nasceu na cidade de Mirim Município de Imbituba, em 12 de Novembro de 1914, uma jovem que se chamou Iracema Soares.
Filha de Olímpio Soares e Geny Conceição Soares. Desde muito cedo se manifestou em Iracema a Mediunidade de vidência, que ela nem sequer sabia o que significava. De certa feita vindo da cidade para casa, a distância era de duas quadras, o caminho fechado de aroeiras, caminhava saltitante contente, quando chegou em casa encontrou o tio, irmão de sua mãe, em pânico, todo soado jogado no chão, a família que o estava socorrendo, vendo-a chegar tão alegre perguntaram a Iracema se ela havia visto alguma coisa no caminho, entre a casa e a comunidade. Iracema disse que havia visto uma senhora de branco na metade do caminho, muito linda de cabelos longos, sorrindo para ela, disse Iracema que passou ao largo e foi embora para casa. Só então ficou sabendo que o tio Hetori, havia visto no mesmo lugar uma esquife ( caixão de defunto), por isso o pânico, e assim o tempo foi passando e a vidência ficando cada vez mais acentuada, mais clara.
Aos 12 anos, Iracema era uma criança feliz: Naquela época era comum carnearem um porco e dividir entre a família e os vizinhos, Iracema fez questão de levar o pedaço para sua tia Isabel na cidade. Lá chegando estava sobre a mesa uma criança, de apenas três anos de idade, comendo uma espiga de milho, que havia rolando-lhe da mão e estava no assoalho, a criança chorava e pediu a Iracema que juntasse a espiga de milho, o que imediatamente ela fez, sem saber que embaixo da mesa estava um pastor alemão, que recebeu a ordem de cuidar da criança enquanto a tia fara pegar agua na fonte. O cão investiu contra Iracema que num salto, derrubou-a, ela protegeu o rosto com um prato e o cachorro comeu-lhe as pernas, ficando num mar de sangue, deixando exposto, os ossos da canela, o cão só desistiu quando cansou, e saciado deixou-a ali no chão desmaiada, até quando a tia chegou da fonte e pode socorrê-la. A situação era muito grave, o pai foi chamado, e viu que nada se podia fazer, era uma penúria ver uma criança naquelas condições, foi chamado o médico do exercito que mantinha acampamento em Laguna.
Isso ocorreu no ano de 1926, o Médico disse que a única coisa que podia fazer por Iracema, era imputar-lhe as pernas, o pai então desse, de modo algum, minha filha nasceu com as pernas, se tiver que morrer vai morrer com elas. A partir desta data, até os 15 ano de idade Iracema ficou na cama, sendo abanada dia e noite para que não pousasse nenhum inseto, foi tratada com remédios caseiros, farinha de milho e folhas de bananeira, aos poucos foi criando pele por cima, ficando profundas cicatrizes, tinha que manter as pernas enfaixada para que nada o tocasse, e não exalasse fortes odores. O pai de Iracema era guarda fios dos correios e telégrafos – mantinha as linhas de comunicação de uma cidade a outra. Sempre que possível levava Iracema para a agência onde trabalhava, na cidadezinha ela podia observar os outros jovens irem à missa, namorar e aos domingos passear na pracinha. Com isso ela foi aprendendo de ouvido, a usar o código Morse, método usado naquela época para enviar telegrama. E foi assim que um jovem da comunidade aproximou-se de Iracema, chamava-se Jovino da Rosa, ele vinha até a janela da agencia conversar com ela, porque a achava muito bonita, e acabaram namorando. Iracema usava vestidos longos para encobrir as cicatrizes das pernas, quase não podia sair de casa, mas mesmo assim o Jovem se apaixonou por ela contrariando toda família, porque ela não podia ir para a lavoura com eles, pois o jovem enamorado trabalhava na roça durante o dia, e a noite pescava para manter a mãe viúva, e vários irmãos. Para que os dois pudessem casar-se, ele arrumou um emprego no porto de Imbituba, trabalhava de tocador de oxigênio para os escafandristas que construíam o porto no fundo do mar. Quando Iracema tinha 17 anos eles se casaram. Anos antes de casar, quando Jovino tinha apenas dezoito anos, ele sofria de uma dor no estômago de rolar no chão, sem recursos no sertão não havia nada que passasse aquela dor, então passou por lá um mascate, conhecido como caixeiro viajante, que vendia coisas diversificadas, e vendo o sofrimento de Jovino, falou sobre uma mulher na cidade de Laguna que estava recebendo um espirito, que falava com a voz de um homem português e este homem era um médico, falou que estava fazendo muitas curas. O mascate deu o endereço a ele, então a cavalo metade do caminho, a outra metade de trem, foi até Laguna visitar a médium, que se chamava D. Rosa Foguinho, D. Rosa não só o atendeu como deixou que ele pernoitasse em sua casa, pois não havia como voltar. O espírito daquele médico português chamava-se Ki doca, o espirito por intermédio da médium, disse a Jovino que ia opera-lo naquela semana esclarecendo que ele tinha uma semente de laranja num dos favos do estômago, e que ficaria curado, a partir da data da cirurgia espiritual, ele nunca mais sentiu aquela dor. Quando casou, Jovino quis levar a esposa para consultar com D. Rosa e ver o que o guia espiritual poderia fazer por ela, o sogro ao saber do fato não queria deixar a filha ir nestas coisas. Somente após a insistência do Jovino é que o sogro concordou, ou seja, deixaria a filha ir se ele fosse junto. E assim aconteceu, lá chegando D. Rosa a atendeu e o espirito disse que a operaria naquela sexta-feira, pediu que embrulhassem bem as pernas dela em panos limpos e brancos, pusessem lenções brancos na cama e uma bacia com agua numa mesinha de cabeceira, e que só desenrolassem as pernas dela, oito dias depois, o pai interveio dizendo ser impossível, porque se Iracema não fizesse curativos duas vezes por dia, ninguém suportaria o mal cheiro, o guia então lhe perguntou, você quer curar a sua filha Olímpio? Ele respondeu que sim, O guia lhe falou: então faça. No outro dia havia na bacia com sangue e pedaços de pele, passado os oito dias, desenrolaram as pernas, elas estavam completamente cicatrizadas e não exalavam nem um odor. Mas o espirito Ki doca recomendou que as pernas de Iracema sempre exigissem cuidados especiais, como não bater em nada que pudesse inflamar, mas que ela levaria uma vida normal. Em certa época Iracema foi visitar amigos m São Paulo, lá chegando os amigos receberam a visita de um médium de grande potencialidade. Durante a conversa, Iracema perguntou ao Médium porque tinha tanto carinho pelo pai, que achava até exagerado, e com a mãe não tinha tanta afinidade assim. O médium levantou a mão e mostrou a palma para Iracema, perguntando oque ela estava vendo. Iracema viu o rosto do avô com grande espanto, pois só o conhecia por fotos, já que o avô havia desencarnado antes que ela tivesse nascido. O Português antigo viera para o Brasil com quatorze anos, e casou-se com uma jovem de doze anos, tiveram doze filhos e em seguida ela desencarnou. Ele criou os filhos sozinha, pois não casou-se novamente. E assim o tempo passou, Iracema teve quatro filhos, quando estava na quinta gravides ela retornou a médium D. Rosa, porque trazia consigo uma tristeza muito grande por não ter conseguido amamentar os quatro filhos que tivera, pois ela achava muito lindo uma mãe amamentando o filho e ela queria sentir este prazer, o espirito Ki doca disse que a operaria pois ela tinha apenas os canais da amamentação entupido com massa, que ela poderia amamentar normalmente e realizar o seu sonho, e assim aconteceu, Iracema amamentou sua filhinha por três anos, e engravida do cesto filho, que também não pode amamentar pois o problema dos canais havia voltado, e como D. Rosa tinha desencarnado não foi possível fazer nova cirurgia. No ano de 1945, a família veio morar em Criciúma, Santa Catarina onde Iracema assumiu o cargo de telegrafista, da agencia dos correios e telégrafos de Criciúma, nomeada pelo antigo chefe. Este tempo foi de muito sofrimento, Criciúma era uma colônia italiana e não gostavam, não toleravam muito os brasileiros. Não conseguia empregada domestica, e nem casa para alugar. Foi um período de muito sofrimento, trabalhar fora e criar os filhos, além de todo transtorno começou a apresentar a mediunidade como provação, Iracema tinha crises, ficou obsidiada pela igreja, fazia-nos ir à missa em todos os horários, neste período D. Rosa, a médium já havia desencarnado e num de seus transtornos que nós considerávamos desmaios, apresentou-se aquela voz de homem, falando um português enrolado e disse que, a partir daquela data trabalharia com ela no Centro Espirita Ceara de Jesus, que estávamos frequentando desde que chegamos em Criciúma,( O Centro Espirita Ceara de Jesus foi fundado pelos tios dela) Iracema curou-se e passou a fazer a caridade através de sua mediunidade, foram feitas grandes cirurgias, para não dizes que foram realizadas imensas curas. Iracema deu o exemplo, nunca aceitou pagamentos, presentes ou agradecimento algum em troca do bem que realizou, teve uma dedicação exclusiva para com a casa espirita, e para com a mediunidade, na qual criou educou e ensinou aos filhos o verdadeiro caminho. Dr. Ki doca passou a ser seu guia espiritual, e ficou com ela até o dia do seu desencarne em 13 de Agosto de 1987 aos 69 anos. Iracema Soares Rosa, Casada com Jovino Rosa, mãe de seis filhos, dois desencarnaram ao nascer. Iracema era portadora de várias mediunidades, (clarividência, médium inconsciente e mediunidade de cura).
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